11 de fevereiro de 2012

Os Barulhos


Sinto falta dos barulhos que minhas filhas faziam.
A música que tocava alto no quarto da Mimi enquanto ela fazia os trabalhos da UNB, e depois, enquanto preparava as aulas ou corrigia provas. Como dava conta de se concentrar com aquele rock tocando?
Sinto falta também do seu silêncio matinal, já que ela jamais gostou de conversar logo cedinho antes de sair pra trabalhar.
Sinto falta da risada solitária da Vê enquanto assistia, à noite, as séries americanas pela tv. O som baixo do aparelho, mas de repente... uma risada deliciosa que me fazia sorrir ao ouvi-la.
Sinto falta também do silêncio do seu quarto, quando eu passava algum tempo ali, depois que ela criou asas e voou.
Sinto falta da tagarelice da Rai, que acordava falando e falava até dormindo. O exagero dos pormenores de todas as coisas que contava. O "fazer questão" de minha presença no café da manhã só pra me colocar a par de tudo o que havia acontecido na noite anterior.
Não sei o que é sentir falta do silêncio da Rai porque nunca houve silêncio com ela.
Sinto falta de ouvir o barulho do portão eletrônico nas madrugadas, e saber que uma já estava em casa. E depois a outra. E a outra.
Sinto falta de olhar pela fresta da porta do meu quarto e ver que a luz do corredor ainda estava acesa, indicando que ainda havia alguém fora de casa.
E sinto falta também de, depois de um cochilo, constatar que essa mesma luz já estava apagada. Minhas filhas seguras. Meu sono tranquilo até o amanhecer.
Sinto falta de não fazer as comidas preferidas, de não poder ligar com mais constância, de não partilhar mais do dia-a-dia delas.
Saudades. Muitas.

8 de fevereiro de 2012

Vida nova e artesanato

Estou morando no Panamá e devo ficar aqui por, pelo menos, dois anos.
Diferente do período em que morei em Caracas, não tenho filhas pra levar e buscar na escola, ou à casa dos amigos. Moro num apartamento bem menor que o de lá, o que exige menos tempo pra manutenção. As compras semanais em supermercado são feitas nos fins de semana com o marido a tiracolo, pois temos um só carro e ele o utiliza pra trabalhar.
Sendo assim, tenho bastante tempo pra mim. Faço caminhada duas vezes por semana num parque muito bonito que tem quase em frente ao prédio onde moro e exercícios de bola suiça em casa.
Quando vim pra cá, em janeiro, vim abarrotada de coisas nas malas, e não podia trazer volume extra por estarmos em período de férias. Sendo assim, meus apetrechos de artesanato ficaram pra trás, esperando a viagem relâmpago que farei em maio pro Brasil. Trouxe só o aparelhinho de cola quente, com muuuitos bastões.
Mas eu estava sentindo necessidade de ocupar meu tempo, e passeando pelas muitas lojas de INutilidades domésticas que existem por aqui, comecei a perceber os preços baixos de muitas coisas, se comparados com o Brasil.
Encontrei esses saquinhos com pedras de vidro a R$ 0,57 (fiz o câmbio a R$ 1,72 o dolar). Não sabia ainda o que fazer com elas mas comprei oito.






Dias depois, fuçando o álbum IDEIAS REUTILIZÁVEIS de Creston Filho*(através do face da Ana Amélia) vi um apoio pra travessas quentes que chamou minha atenção.
Eram pedras coladas sobre uma base de feltro, e que tinha um visual muito bonito.
Pronto! Havia encontrado o que fazer com minhas pedrinhas.
Busquei uma base que não fosse tão mole quanto o feltro e resolvi utilizar um papelão muito bem acabado que veio numa embalagem "très chic" de um whisky que compramos (a base que eu usei foi outra, sem as dobras, mas já tinha colado as pedrinhas quando lembrei da foto).






Antes de iniciar a colagem, posicionei as pedrinhas na base pra ter uma noção do efeito visual e organizá-las de tal forma que elas pudessem cobrir quase toda a base.
Usei cola quente e fiz com que toda a base, de cada pedra, recebesse cola. Na parte de baixo, colei oito pedrinhas como pezinhos.


Como usei seis dos oito saquinhos de pedras e já tinha o papelão e a cola quente, minhas peças saíram por menos de R$ 5,00. AS TRÊS! Eis aqui o resultado final do meu trabalho: apoios de travessas feitos com pedrinhas de vidro, papelão e cola quente.






Mas a base ainda ficou frágil. Então descolei tudo e recomecei.
Encontrei numa loja de artigos de festa uma folha de isopor bem fina, com papel dos dois lados.
Decidi que essa base seria melhor. Refiz todo o processo e aproveitei pra fazer uma delas em tamanho maior. Pronto! Trabalho finalizado!